Os desvios da Campanha da Fraternidade de 2011

1 de abril de 2011

Movimento de Solidariedade Ibero-americana si_especial_campanha_fraternidade_2011.pmd1 24/2/2011, 20:05
Solidariedade Ibero-americana
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Publicado pelo MSIA – Movimento de Solidariedade Ibero-americana
EDIÇÃO ESPECIAL DO JORNAL SOLIDARIEDADE IBERO-AMERICANA
Capa: A parábola do cego guiando os cegos, quadro de Pieter Bruegel, o Velho (1568).
Diretora: Silvia Palacios
Conselho editorial:Angel Palacios Zea, Geraldo Luís Lino, Lorenzo Carrasco e Marivilia Carrasco
Projeto Gráfico:Maurício Santos

A nação brasileira tem percorrido uma difícil trajetória histórica em termos do trabalho de gerações, pesquisa científica e capacitação tecnológica, que, não obstante, a colocam hoje em lugar de destaque como grande
Produtora de alimentos, com uma das maiores áreas potenciais de expansão agrícola do planeta,
além de dotá-la de vastas fontes de energia, principalmente, hidroeletricidade, petróleo, gás natural e energia nuclear. O pleno desenvolvimento desses recursos, acrescido da implementação de grandes
obras de infraestrutura de transportes e comunicações, deve beneficiar não apenas o País,mas também facilitar a integração física e econômica da América do Sul, da qual o Brasil é o centro nevrálgico, por suas dimensões,
população e capacidade produtiva. Em conjunto, o Brasil e a região têm um enorme potencial para transformar os seus vastos recursos naturais em riquezas reais em benefício da população e converter-se num “celeiro do mundo”, contribuindo ativamente para eliminar o vergonhoso espectro da fome no planeta e para ajudar o restante da América Latina e grande parte da África a superar o seu subdesenvolvimento histórico.
Diante da aguda crise econômica e social que afeta todo o mundo, produto da globalização financeira sem controle, este é o momento para que o chamado “Continente da Esperança” mostre o seu esplendor e utilize
esta oportunidade histórica para praticar a solidariedade dentro de suas fronteiras e o fomentá-la fora delas, manifestando as raízes cristãs que nos formaram como nações miscigenadas e exercendo uma fraternidade
universal que tem sido ignorada pelos sistemas econômicos dominantes nos últimos três séculos.
Esta ordem solidária e fraterna tem sido a preocupação central da Doutrina Social da Igreja desde que esta foi apresentada. Por isso, causa surpresa e choque constatar que o texto-base da Conferência Nacionaldos Bispos do Brasil (CNBB) para a Campanha da Fraternidade 2011 (CF 2011), com o inspirador lema “Fraternidade e a vida no planeta”, deixe de lado aquela perspectiva de progresso e esperança para, em troca, apoiar as teses infundadas do movimento ambientalista internacional contra a sociedade urbana e industrial. Se não contasse com a chancela da CNBB – que pela terceira vez trata de temas ambientais em sua campanha da Quaresma –, um leitor desavisado poderia supor que o documento poderia ter sido elaborado por ONGs como o Greenpeace, o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) ou outras.

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